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O Santuário de Santa Eufémia de Penedono

Descrição do Santuário de Santa Eufémia em Penedono

É numa ampla área de 8 hectares de terreno, pertença da Fábrica da Igreja de Penedono que está edificado o santuário da Virgem Mártir Santa Eufémia, esta área divide-se em vários espaços: zona dos edifícios, com a capela, a casa do ermitão e a casa das esmolas; zona da esplanada para as celebrações eucarísticas com um amplo palco; zona de lazer arborizada, com um parque infantil, uma churrasqueira, mesas e casas de banho; uma grande área arborizada que serve para a feira anual nos dias 15 e 16 de Setembro; e várias zonas de parques de estacionamento com realce para o ponto mais alto onde esta situado um campo de futebol com os respectivos balneários.
A capela cuja construção actual será do inicio século XIX, (1809 segundo a inscrição que está no brasão do frontal) nada apresenta da primitiva construção, tem uma planta em forma rectangular, com 4 portas; o portal da frontaria, duas portas laterais no corpo da capela e uma na capela-mor, as suas paredes foram todas construídas em granito da região, tendo 18, 30 m de comprimento por 10, 15 m de largura o corpo da capela e 13, 30 m de comprimento por 8, 25 m de largura a capela-mor. O telhado da capela é de 2 águas, com um vão que separa o corpo da capela da capela-mor com dois fogaréus nas extremidades, o telhado foi substituído recentemente.
Apresenta uma frontaria neo-barroca em granito, com frontão de arco contracurvado, ladeado por fogaréus e no vértice uma cruz de granito, o pórtico é de formato rectangular ladeado por dois óculos encimados por um janelão de iluminação do coro, por cima deste janelão está uma cartela sobre escudo que diz: (MOMUMENTO DE1809 falta ler o resto?)
Na parede do exterior da capela-mor virada para norte esta um nicho com uma imagem em calcário branco de santa Eufémia, conhecida como a “santa Eufémia do Douro”, uma vez que esta virada para as terras do Douro.
A torre sineira, cuja construção terá à volta de 100 anos está adossada à direita da frontaria, apresenta 4 ventanas de arco em volta perfeita onde estão 2 sinos, é rematada por um varandim ornado com pináculos e telhado granito de quatro águas encimado por uma cruz de ferro sobre uma esfera.
No seu interior, o tecto é em abóbada de berço em madeira pintada, tanto na capela-mor como no corpo da capela de onde se salientam várias pintoras em autocolante com passagens do martírio de santa Eufémia e com os 4 Evangelistas, obra executada por pintores de Braga nos anos 80 do século XX.
Apresenta 3 retábulos, aos quais não podemos atribuir um estilo específico, pois a sua feitura comporta características muito específicas pelo facto de serem trabalhos populares (talvez locais ou regionais, várias capelas no concelho têm retábulos idênticos) incorporando gramáticas diversas. São, sobretudo, pastiches com algumas inovações, tentando imitar o barroco final e o neoclássico, a sua construção deve ser dos fins do século XIX. Os 3 retábulos foram repintados em 1979 por santeiros de Braga.
Destaca-se na capela-mor o retábulo maior, que centro do camarim por cima da glória, destaca-se uma imagem de roca representando Santa Eufémia, ladeada do lado esquerdo pelas esculturas em madeira de São João Baptista e São Tiago Maior; e do lado direito as de São Torcato e Santo António sendo esta a de maior valor artístico. Este retábulo tem duas entradas que dão para a sacristia por traz dele, servindo também estas para a passagem dos peregrinos em dias de maior peregrinação, na chamada romaria da “volta por dentro”. Na parede do lado esquerdo da capela-mor estão expostos nove ex-votos, datados dos fins do século XIX até aos meados do século XX.
Os dois retábulos laterais do corpo da capela apresentam as mesmas características artísticas que o retábulo mor, onde se destacam nos seus nichos, no do lado esquerdo a escultura de Nossa Senhora dos Remédios e no lado direito a de São José, ambas em madeira.
A capela tem também um coro alto em madeira, por cima do frontal de entrada a que se sobe por uma escadaria encostada à parede da esquerda. É do coro que se tem acesso para a torre sineira.
No amplo adro da capela, em volta das paredes da capela está um passeio de 4 metros de largura, calcetado em paralelos de calcário branco, com duas guias negras também calcário, construído em 1979. Neste passeio destacam-se em frente do portal de entrada capela a dois leões e uma estrela de Santiago desenhados em paralelo, tal como uma cruz da Cruzada inserida no meio de duas palmas, simbolizando o martírio. Ao longo do passeio vão surgindo várias rosas-dos-ventos. Este passeio serve para os peregrinos fazerem a sua romaria e pagarem as suas promessas, seja a andar ou de joelhos.
Também no adro junto da capela do lado nascente está edificado um pequeno edifício conhecido como “casa das esmolas” onde os peregrinos podem pagar as suas promessas e comprar recordações. No adro foram também construídos três palcos, um nas traseiras da capela do lado esquerdo a norte, que servia para as celebrações eucarísticas antes da construção da esplanada, com um altar em pedra e um ambão e dois em frente da capela virados a sul, onde tocavam as bandas de música que animavam a peregrinação na noite de 15 para 16 de Setembro.
No patamar superior, a que se tem acesso por dois vãos de escadas em dois lugares diferentes, está edificada uma casa, onde têm morado ao longo de várias gerações, as famílias dos ermitões, que se responsabilizam pelo zelo do santuário, serve também este edifício de apoio à organização das peregrinações, sendo guardadas nas suas lojas os andores e em tempos idos os cereais recolhidos do pagamento das promessas dos peregrinos. Ao longo do século XIX até meados do século XX também serviu de casa da Guarda e cadeia.
O acesso principal para o adro da capela é feito por um pequeno escadório ornado por pirâmides assentes em bolas, na parte inferior do muro que faz a divisão entre a esplanada das celebrações e o adro, existes duas fontes com dois tanques, uma de cada lado do escadório, ornadas recentemente com azulejos com as figuras das virgens mártires Santa Luzia e Santa Bárbara, ambas com capelas na vila de Penedono. Tanto os muros do adro, o escadório e as fontes foram mandados construir pelo abade de Penedono Felix do Nascimento Pereira nos finais do século XIX e continuados por Manuel da Assunção Proença.
Das restantes áreas do santuário, temos que realçar os dois grandes patamares abaixo do adro da capela, ambos calcetados com paralelos de granito da região encaixados em quadrados de granito, tendo o patamar superior um amplo palco que serve para a celebração da eucaristia e actuação das bandas filarmónicas nos dias 15 e 16 de Setembro e o inferior um belíssimo cruzeiro de granito.
Toda a área em volta destes patamares está ladeada de formosas árvores, mas quais se destacam os plátanos e os choupos. Os choupos em toda a actual área da feira e os plátanos na zona de lazer. Esta zona de lazer além de várias mesas onde os peregrinos podem comer e descansar, tem um parque infantil, um pequeno bar com uma churrasqueira e casas de banho.
Na área do santuário, existem várias veias de água, como o provam a existência de 2 minas e 3 poços, que distribuem água pelas diversas fontes e fontanários espalhados por todos os recintos do santuário.
Todas as áreas do santuário se encontram actualmente iluminadas, obra que se iniciou pelos anos 60 do século passado com a iluminação da capela e do adro, tendo nos anos de 1986-87 o Santuário empreendido a grande obra de electrificação do recinto da feira, com a instalação de um PT da EDP que permite hoje iluminar a zona da feira e todos os parques de estacionamento.